Comecei este texto com o tema acima, citado pelo Cristo que
tanto nos amou. Mas será que Cristo nos julgou? Sim claro, pois o julgamento é
inerente a qualquer ser humano. Todos nós vivemos julgando de Deus ao diabo. Nada
escapa ao nosso olhar. Talvez seja por isso que até mesmo a natureza se camufla
diante do ser humano. Somos um mistério a ser desvendado pelos outros e até por
si mesmo, pois pouco sabemos sobre si. A diferença do julgamento de Cristo é
que não o fazia por maldade, mas por bondade. Não queria destruir os outros,
mas construí-los através de um autoconhecimento. Cristo fazia a crítica
construtiva.
Nós Vivemos analisando os outros ora para parabenizar, ora
condenar. O problema é que o mal é nossa primeira intenção. Poucos olham para
os gestos diários do outro com a intenção primeira de ver o bem, mas quase
sempre com a intenção de pegá-lo numa ação indevida, que talvez nem seja
indevida ou seja indevida apenas no olhar do observador que pode estar sendo
maldoso ou mesmo fiel aos seu dogmas [errantes].
A diminuição do outro serve
como ferramenta para nos igualarmos ou superá-los. Sim, as pessoas que não têm
suas habilidades desenvolvidas por preguiças ou outras situações quaisquer,
preferem diminuir as outras para que estejam em seu nível ou mesmo abaixo de
si. Isso é justo? Claro que não. Julgar pressupõe agir de forma honesta, pois
do contrário estaremos julgando sem tirar o argueiro de nossos olhos. Olhe para
o outro e julgue. Isso faz parte da existência humana. Nós estamos sempre na
busca de desvendar o outro por uma infinidade de motivos, mas o faça de forma
honesta, procurando antes de julgar o outro, julgar se sua ação está sendo
justa e digna. O ato de julgar para decodificar é saudável. Não há problema
algum, pois disso também depende a nossa sobrevivência enquanto espécie ou
indivíduo. Também o ato de julgar é uma forma de leitura do outro ou mesmo da
existência. Leia tudo, pense tudo e esteja com o coração aberto e maduro.
Temos o hábito de julgar as pessoas por um ato, pensamento,
palavra ou outra situação isolada, sem preocupações com o contexto daquela
pessoa, sua história e motivações, mas teríamos indignação se tal ato
acontecesse conosco. Não julgue as pessoas como boas ou más por um gesto, por
um momento. As pessoas são capazes de fazer o bem e o mal no mesmo ato, na
mesma hora, no mesmo dia. De sorte que aquele que te faz o bem pode estar daqui
a pouco fazendo o mal a outro ou a você mesmo. A história de uma pessoa pode
dar uma melhor compreensão das escolhas de vida que aquela pessoa tem feito. Então
antes de julgar pare para pensar no que há por trás daquele ato, o que levou
ele a aquela ação ou mesmo se coloque no lugar do outro. Imagine se alguém o
julga em função e um ato. Somos diariamente chamados a fazer o bem e o mal e
não será um gesto perdido que ocupará ou definirá o espaço de uma vida.
Abraço e que deus abençoe a todos!
MAGNO HOLANDA