Caros amigos,
quando criança [*não faz muito tempo, apesar de dizerem que assisti a morte de
Cristo ao vivo, que fiz a leitura dos dez mandamentos antes de Moisés quebrá-lo
e que carreguei as tábuas da arca de Noé], eu, juntamente com irmãos e colegas,
brincávamos nessa região da alça sudoeste. Fui morador do conjunto Severino
Cabral e do Dinamérica [conjunto das caixas ], divisa com as Malvinas. Mas
mesmo sendo tão distante, íamos desbravar e descobrir as belezas da flora e
fauna da região. Podíamos ver e contemplar ali uma mata quase virgem e,
sobretudo, muitas pequenas nascentes de água doce, que davam origem a pequenos
córregos de água, vindo ora da banda da fazenda do Ó, ora da fazenda onde hoje
está o Hospital do Trauma de Campina Grande/PB, principalmente aquelas que se
juntavam às sangrias dos açudes da fazendo do Ó, no morro de Bodocongó e da Alça sudoeste, levando, nos períodos de chuva, muitos peixes em seus leitos rasos.
Lembro-me muito bem que a comunidade pescava os peixes com as mãos ou com
pequenas cestas. Hoje, infelizmente, os córregos foram transformados, por uma
política de destruição da natureza, em vias de esgotos. Foram atitudes pouco
inteligentes, como ocupar uma área verde, destinada a ser praça, com pequena nascente,
montando ali a “integração” de ônibus. Ainda há algumas pequenas nascentes ao
lado do hospital do Trauma e que nem de longe são preservadas. A previsão é que
sejam aterradas nos próximos meses, assim como foram os mais de 20 açudes e
barreiros da região, restando apenas 2, junto a alça sudoeste.
A fauna e a flora
da região eram riquíssimas, onde havia árvores frutíferas como pé de goiaba, de
manga, de umbu, de caju, de jaca entre outros. A fauna era realmente incrível
com pássaros e animais como o gavião, o falcão, o carcará, o urubu cabeça
vermelha, periquitos, a coruja branca e campeira, o gaturão, o anum preto e o
branco, rolinhas diversas, o papo de fogo, o canário da terra, galo de campina,
papa capim, golado, bigode, azulão, galinha d’água, caranguejeiras diversas,
cobras diversas, lagartos diversos, camaleão, teju, preás, coelhos silvestres,
raposinhas, entre outros. O local dessas espécies hoje é o conjunto
habitacional ou loteamentos habitados pela espécie menos inteligente: o ser
humano.
A serra de
Bodocongó é famosa pela sua beleza e pelo acidente de avião do comediante
cearense Renato Aragão “Didi Mocó”, onde há ainda hoje uma capela à nossa
Senhora no alto do morro. Do outro lado, na sudoeste, o então prefeito, cuidou
em fazer o lixão, desfeito anos depois, devido ao crescimento da cidade na
direção da alça. Aquele local foi uma das partes mais belas e encantadoras de
Campina Grande, onde muitos pássaros faziam seus ninhos e davam voos rasantes
para proteger seus filhotes. O local era uma obra de arte, com grandes árvores
e campos elíseos. Demais! Mas nossas mentes políticas “brilhantes” acharam por
bem por lá o lixão.
Os conjuntos que
foram aglomerados de Bodocongó [Ramadinha 1 e 2, Chico Mendes, Meu sonho, Sonho
meu, Mariz, Serrotão e Severino cabral] estão se tornando uma selva de pedra, sem
fauna e sem flora. Atitude puramente ignorante! Somos inteligentes? Diga-me,
por favor, onde estão as praças verdes com áreas de esportes e lazer que deviam
existir em todos os conjuntos? Quantas praças temos nesses conjuntos? Nenhuma?
É essa a resposta? Acho que há alguns espaços secos ou repleto de matos, que
deveria ser praças, mas que estão largados ou sendo cedidos à empresa de ônibus.
Outro dia, fui fazer uma reclamação nas redes sociais e fui criticado por
aquele grupo de militantes prostitutos e que defendem apenas seu próprio bolso.
Devemos, todos
nós, lutarmos por uma cidade que nos proporcione mais qualidade de vida,
preservando dentro do possível um pouco do verde e de nossa fauna e flora.
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