Meus amigos
leitores, o que vou tratar aqui não é problema apenas da atualidade, embora
esteja infinitamente multiplicado em ralação a outros tempos. É o problema da
gana, do desejo de ter cada vez mais e de qualquer forma. A sociedade moderna
está atolada até o pescoço nesse tipo de vida gananciosa. Vivemos loucamente em
busca de ter e achamos chato quando alguém vem falar em ser.
A ganância por
poder e riquezas dominam a mente individual e coletiva da humanidade. Sempre foi
assim, desde o dia em que se começam as relações humanas e a disputa por
espaços neste mundo. Essa gana domina religiosos, políticos e pessoas da massa.
Diga-me: você é assim?
As relações estão
cada vez mais difíceis e complicadas, pois estão envoltas em poder e dinheiro. Nos
casamentos, reza-se: “até que o dinheiro ou a ausência dele nos separe”. As pessoas
vivem com aquele medo infernal de perder o status ou bens e terminam por perder
a si mesmas. Vivem com aquele apego demasiado, angustiante, que atormenta e
piora seus relacionamentos, até mesmo com Deus. Engraçado é ver pessoas
superpoderosas, cheias de fé, mas quando se trata de dinheiro, trocam até de
igreja para fugir dos 10%. Outros até desistem de religião com medo de ter de
pagar o dízimo.
É muito difícil uma
pessoa gananciosa, avarenta, que seja feliz, pois a gana por dinheiro e poder a
impede de se relacionar saudavelmente com as pessoas, com a natureza e com Deus.
Quem manda na mente deste ser é o dinheiro e o desejo de poder – puro ego. Esse
tipo de pessoa está sempre aflita com medo de perder seus ganhos, de estar
sendo enganada e pensa que as pessoas não são confiáveis. São todas
interesseiras.
Outro dia, vimos
pastores sonegando impostos, políticos dividindo o dinheiro roubado e em
seguida agradecendo a Deus pela bênção. Outro, havia um árbitro de futebol que
só iniciava as partidas de futebol após rezar sua Ave Maria, mas suas partidas
de futebol já estavam negociadas. A mente das pessoas está cada vez mais
enferma, duras e insensíveis. Elas estão sempre venerando o dinheiro e dando as
migalhas para Deus e ao próximo.
Ser cristão não é
frequentar uma religião, embora não tenha nada contra isso, mas é tentar imitar
a vida de Cristo e de outros bons exemplos da humanidade, como Gandhi e Luther
King. São pessoas iluminadas porque não estavam preocupadas com a morte, mas
com a vida, não viviam pelos bens externos, mas pelo tesouro interior. Isso não
significa que tenha de ser um pobre franciscano, mas que seu coração não deve ser
preso ou possuído pelas riquezas. Tudo o que desejar deve ser conquistado com
honra e dignidade para proporcionar conforto, preservação e amor.
Não estamos aqui buscando santos, mas pessoas
melhores. Não falo de religião, até porque não a tenho, mas de espiritualidade,
que o fará mudar de rota, fazendo escolhas melhores para si e para o próximo. A
partir dessa nova jornada, você perceberá seu coração mais pacífico, feliz e
menos denso nas relações.
MAGNO HOLANDA
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