A vida de toda pessoa é uma trajetória. É um caminho a ser
trilhado, para fora ou para dentro, ou circular, sempre ondulado, com momentos
altos e outros baixos. Há momentos em que nos conduzimos e outros em que somos
conduzidos por forças
maiores. Assim vive o homem a sua humanidade ou pseudo-humanidade. Mas o que é
humanidade mesmo?
A tendência de todos nós é nos entregarmos aos desejos da
carne e renegar as coisas do espírito. Nesse embate interior, a mente dominada
por alguma outra força
interior [ego, espíritos, consciência, entre outros] ou exterior
[governos, potestades, espíritos externos e intersecutórios, culturas, entre
outros] tende, na maioria, para a exterioridade, assim como disse Cristo: “A
maioria entra pela porta larga”.
A modernidade é muito apelativa e obriga as pessoas a
viverem dentro de um padrão
que cultiva a exterioridade e superficialidade social ou individual. De sorte,
que as pessoas que não
se adequarem terão
maiores dificuldades nos enfrentamentos sociais e nas aquisições pessoais. Por isso, a escolha
de um caminho diferente exige, antes de qualquer coisa, consciência de si. Hoje
somos induzidos a viver intensamente as correrias da vida, a caminhar para fora
de si e viver uma felicidade que não é felicidade, sendo na verdade uma
angústia disfarçada de felicidade, por isso as pessoas vivem de prazer em
prazer. A angústia consome seu interior.
Buscando essa felicidade, que não é felicidade, as pessoas
vivem aflitas tentando a todo custo amenizar sua dor interior com os prazeres
do corpo, deixando sua alma de lado. A felicidade nasce dentro e jorra para
fora. O prazer nasce fora e se direciona para dentro.
Nessa busca desenfreada, as pessoas vão de prazer em prazer,
de descontentamento em descontentamento, como o viciado que começou com um
pequeno vício e hoje consome todas as drogas possíveis. Elas vão ficando cada
vez mais longe de si, perdendo sua essência, transformando-se quase sempre num
monstro ou numa imagem falsa, num depressivo, num alcoólatra, num mendigo, entre
outros.
Lembro-me da parábola do filho pródigo, em que o rapaz
pede seus bens de direito e sai do seio familiar para desfrutar dos prazeres da
existência, deixa sua calmaria, a felicidade não percebida para encontrar com a
utópica felicidade promovida pela sociedade capitalista, egocêntrica e
angustiada pelo desejo de mostrar-se feliz ao outro, numa tentativa falha de se
mostrar importante. O filho pródigo deu com a cara na parede assim como muitos.
Mas no caso dessa metáfora, o rapaz conseguiu retornar ao seu lar e foi recebido
de braços abertos, mas a experiência de muitos é que não retornam e morrem
moribundos. Você que está sofrendo longe das pessoas que ama, longe das coisas
que realmente importam, longe da busca por sonhos reais, consegue voltar, sabe
o caminho de volta? Ou vai morrer aí nessa terra distante?
Todos temos nosso ego desejoso de se mostrar importante e
de que é feliz e se possível o mais feliz, mas não podemos seguir por esse
caminho, alimentando o nosso ego, tornando-nos escravos dele, perdendo-se de si
mesmo. É preciso ser feliz dentro de você. Apreciar teu maravilhoso ser, ser
determinado em lutar por sonhos sadios e buscar valorizar as coisas que
realmente valem a pena. Não estou dizendo que não busque os bens materiais, as
conquistas, o status quo, os confortos, mas que os busque com equilíbrio e
idoneidade, com felicidade e não com a
angústia, que sinta os prazeres pelos prazeres e não pelas angústias,
para dar satisfação à sociedade que te cerca.
As pessoas de qualidade interior experimentam todos os sentimentos,
seja de tristeza, prazer, dor, raiva, paz, entre outros, mas permite que os
melhores para si e para os seus relacionamentos venham a prosperar, pois isso
irá gerar em si e nos que estão ao seu redor o bem estar e a sensação de paz e
felicidade e, esporadicamente, momentos de tristeza e dor. Essas pessoas são
capazes de amar mais, de ser mais honestas, de sorrir mais, de cuidar do corpo
sem desprezar a alma e vice-versa. Elas não partem para longe de si, pois
entendem que é ali a sua terra e não dentro de uma terra distante, desconhecida
e insegura que só trilharão quando assim for realmente necessário.
A sua felicidade depende muito mais de você do que dos
outros ou do que ocorre ao teu redor, de sorte que desejar ser feliz é escolher
as coisas boas para si e para o outro, fazer enfrentamentos quando necessário e
não viver em função dos bens, mas entendê-lo como melhoras para o descanso de
si e dos que estão ao redor.
Abraço a todos!
Postado por Prof
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