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domingo, 12 de novembro de 2017

DE VOLTA PRA CASA




A vida de toda pessoa é uma trajetória. É um caminho a ser trilhado, para fora ou para dentro, ou circular, sempre ondulado, com momentos altos e outros baixos. Há momentos em que nos conduzimos e outros em que somos conduzidos por forças maiores. Assim vive o homem a sua humanidade ou pseudo-humanidade. Mas o que é humanidade mesmo?
A tendência de todos nós é nos entregarmos aos desejos da carne e renegar as coisas do espírito. Nesse embate interior, a mente dominada por alguma outra força interior [ego, espíritos, consciência, entre outros] ou exterior [governos, potestades, espíritos externos e intersecutórios, culturas, entre outros] tende, na maioria, para a exterioridade, assim como disse Cristo: “A maioria entra pela porta larga”.
A modernidade é muito apelativa e obriga as pessoas a viverem dentro de um padrão que cultiva a exterioridade e superficialidade social ou individual. De sorte, que as pessoas que não se adequarem terão maiores dificuldades nos enfrentamentos sociais e nas aquisições pessoais. Por isso, a escolha de um caminho diferente exige, antes de qualquer coisa, consciência de si. Hoje somos induzidos a viver intensamente as correrias da vida, a caminhar para fora de si e viver uma felicidade que não é felicidade, sendo na verdade uma angústia disfarçada de felicidade, por isso as pessoas vivem de prazer em prazer. A angústia consome seu interior.
Buscando essa felicidade, que não é felicidade, as pessoas vivem aflitas tentando a todo custo amenizar sua dor interior com os prazeres do corpo, deixando sua alma de lado. A felicidade nasce dentro e jorra para fora. O prazer nasce fora e se direciona para dentro.
Nessa busca desenfreada, as pessoas vão de prazer em prazer, de descontentamento em descontentamento, como o viciado que começou com um pequeno vício e hoje consome todas as drogas possíveis. Elas vão ficando cada vez mais longe de si, perdendo sua essência, transformando-se quase sempre num monstro ou numa imagem falsa, num depressivo, num alcoólatra, num mendigo, entre outros.
Lembro-me da parábola do filho pródigo, em que o rapaz pede seus bens de direito e sai do seio familiar para desfrutar dos prazeres da existência, deixa sua calmaria, a felicidade não percebida para encontrar com a utópica felicidade promovida pela sociedade capitalista, egocêntrica e angustiada pelo desejo de mostrar-se feliz ao outro, numa tentativa falha de se mostrar importante. O filho pródigo deu com a cara na parede assim como muitos. Mas no caso dessa metáfora, o rapaz conseguiu retornar ao seu lar e foi recebido de braços abertos, mas a experiência de muitos é que não retornam e morrem moribundos. Você que está sofrendo longe das pessoas que ama, longe das coisas que realmente importam, longe da busca por sonhos reais, consegue voltar, sabe o caminho de volta? Ou vai morrer aí nessa terra distante?
Todos temos nosso ego desejoso de se mostrar importante e de que é feliz e se possível o mais feliz, mas não podemos seguir por esse caminho, alimentando o nosso ego, tornando-nos escravos dele, perdendo-se de si mesmo. É preciso ser feliz dentro de você. Apreciar teu maravilhoso ser, ser determinado em lutar por sonhos sadios e buscar valorizar as coisas que realmente valem a pena. Não estou dizendo que não busque os bens materiais, as conquistas, o status quo, os confortos, mas que os busque com equilíbrio e idoneidade, com felicidade e não com a  angústia, que sinta os prazeres pelos prazeres e não pelas angústias, para dar satisfação à sociedade que te cerca.
As pessoas de qualidade interior experimentam todos os sentimentos, seja de tristeza, prazer, dor, raiva, paz, entre outros, mas permite que os melhores para si e para os seus relacionamentos venham a prosperar, pois isso irá gerar em si e nos que estão ao seu redor o bem estar e a sensação de paz e felicidade e, esporadicamente, momentos de tristeza e dor. Essas pessoas são capazes de amar mais, de ser mais honestas, de sorrir mais, de cuidar do corpo sem desprezar a alma e vice-versa. Elas não partem para longe de si, pois entendem que é ali a sua terra e não dentro de uma terra distante, desconhecida e insegura que só trilharão quando assim for realmente necessário.
A sua felicidade depende muito mais de você do que dos outros ou do que ocorre ao teu redor, de sorte que desejar ser feliz é escolher as coisas boas para si e para o outro, fazer enfrentamentos quando necessário e não viver em função dos bens, mas entendê-lo como melhoras para o descanso de si e dos que estão ao redor.
 Abraço a todos!


 Postado por Prof MAGNO HOLANDA

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