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sábado, 21 de novembro de 2015

IDOLATRIA NOSSA DE CADA DIA





Olá pessoal! Ótimo momento de reflexão a todos!
Bem, hoje vamos falar a respeito dos relacionamentos idólatras que construímos em nosso dia a dia. Mas não especificamente hoje, pois o fazemos desde os tempos antigos.
Durante a história da humanidade, a partir do momento em que começamos a nos relacionar com o outro [tendo consciência disso], seja Deus, coisas, forças ou a natureza, então passamos a agregar nesse relacionamento certo grau de posse de algo e, consequentemente, nos prendermos àquilo que temos em mãos. É a posse da mulher com exclusividade [hoje vice-versa na maioria das culturas atuais], é a apegação aos bens materiais ou mesmo do próprio Deus. Nossos relacionamentos têm sido construídos em cima de posse e veneração e idolatria.
Vimos, com o advento do monoteísmo, o Deus principal querendo exclusividade em sua veneração. Nos mandamentos cristãos e de outras religiões monoteístas está o mandamento de não venerar outros deuses. Mas as pessoas em suas inquietudes sempre veneravam outros deuses, causando ciúmes e revoltas no Deus principal. Que, por vezes, vingava-se através das ações da natureza ou de fenômenos psicológicos humanos, individuais ou coletivos. Isso parece muito com as ações dos relacionamentos conjugais atuais em que dizemos “nosso Deus” e ele nos chama de “seu povo”, em que também não aceitamos certas traições - idolatria. A esse tipo de relacionamento não pode haver troca ou substituição. Isso seria traição. Claro que estamos aqui tratando de como se dá o relacionamento do conceito Deus [Não de Deus, pois não o conhecemos] com os homens, seus criadores.
Por vezes, os homens trocavam o Deus maior por oura divindade menor a qual ele se identificava melhor, por ser uma divindade de uma área específica, tipo o Deus do amor, do trovão, do sol, da bebedeira, deus curador, entre outros. Então havia uma troca de um deus por outro que seria ou apresentava-se mais interessante para aquele indivíduo ou povo. Mas também acontecia deles trocarem o mesmo deus. Não entendeu? Eles, não se contentando com a abstração conceitual de fé de Deus, fabricavam uma escultura para representá-lo materialmente. É a necessidade humana de apalpar, de extrair a coisa do mundo espiritual para o material. Tipo sair de um amor platônico para uma realidade mais próxima. Deus, o conceito, ficava furioso “não farás imagens”.
Hoje fazemos isso? Sim, claro! Através dos santos e das projeções mentais de Deus. No catolicismo, por exemplo, Deus, o conceito, aceitou tais relações e vive em harmonia com estes seres venerados em escala menores. Cristo já dizia: “dai honra a quem tem honra”. Mas no protestantismo evangélico, seu Deus é revoltoso com tais situações, não abrindo mão de sua exclusiva adoração e veneração total. Mas precisamos abrir uma ressalva para as venerações inconsciente a cantores e pregadores, em que Deus fica em segundo plano.
O problema das venerações e idolatrias é que sempre estamos envolvidos com elas, seja através da veneração de grandes homens, esculturas ou mesmo imagens mentais. Sim, por exemplo, no meio protestante, fabrica-se toda sorte de Deus mental. Em cada esquina há uma igreja com uma imagem de Deus diferente, em cada membro dessas comunidades há uma imagem de Deus diferente, de sorte que, de alguma forma, estamos sendo monoteístas, enquanto indivíduos, e politeístas enquanto coletivo. Idolatria aceitável?
O mais interessante nesse transe mental dos conceitos do divino Ser é que as imagens projetadas dele também querem exclusividade, sendo no processo cotidiano ciumento, ou seja, uma imagem, que não é Deus [é apenas uma projeção dele] com ciúmes de outro ser que também é apenas imagem. Quem está furando o olho de quem? Rs! Parece que a humanidade bebeu do vinho de Baco! Bêbados idólatras! Condenados? Claro que não! Isso faz parte da construção e autoconhecimento do próprio humano.
 O problema se agrava quando resulta da idolatria danos à humanidade ou mesmo a natureza, tipo guerras, dissenções e sectarismos exagerados. Não dá pra aceitar as brigas religiosas na Irlanda, as cruzadas cristãs no passado, os desrespeitos religiosos atuais, entre outras consequências.
... mas vamos aqui continuar com nosso tema.  A nossa idolatria não se detém no campo do divino ser ou de alguma espiritualidade, pois nos apegamos também às coisas ou pessoas que possuímos. Traímos os nossos relacionamentos humanos e sociais pela gana por bens materiais. Na sociedade moderna, veneramos os bens, as riquezas ou mesmo como diria o Cristo: “mamom” – deus da riqueza. Mas Cristo nos alertou que não poderíamos servir a Deus [o bem, a luz, o contrato social, o amor] e a mamom. Destruímos a na natureza e o planeta em nome de nossa gana por ter cada vez mais, por ser dominado, escravos pela necessidade de ter mais que o outro. Colocamo-nos como escravos e veneradores das riquezas e de nosso próprio ego. Devemos claro lutar pelos bens, conquistas e confortos, mas não fazê-los senhores de nossas vidas. Não podemos venerar nosso teres, mas nossas formas de ser. Quantas pessoas deixam de viver uma vida familiar, brigam com amigos, largam todos os laços sociais verdadeiros e sadios para se esconderem num relacionamento com o dinheiro e, viverem uma hipocrisia de si através dos bens. Sabe aquele assunto da escultura dos deuses? Fazemos isso com as pessoas também, pois as transformamos ou mesmo nos transformamos em coisas para se venerar ou ter. São nossos objetos de veneração ou onde colocamos as nossas misérias espirituais. As mulheres, no mundo moderno, se colocam no mercado para serem consumidas como se fossem objetos, coisas dos homens. Olhe os jogadores de futebol que compram belas mulheres. Inveja? Talvez!

 O importante é que as pessoas busquem se autoconhecer em cada relacionamento construído, procurando ser melhor a cada momento que vive e mudar sempre que for necessário para não causar danos ou sofrimento a si e ao outro.

 MAGNO HOLANDA


2 comentários:

  1. Bom estudo e colocação. Cumprimentos do xadrezdinobueno.blogspot.com e demais páginas que atravessam fronteiras secas e oceânicas...

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