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sábado, 7 de novembro de 2015

DESEJO DE SER IMPORTANTE




Olá pessoal!
Bem, observe a natureza, vaidosa, esplendorosa, egoísta! Sim, não é apenas o ser humano que é vaidoso. Tudo na existência é pura vaidade. Porém, aquilo que difere no ser humano é a sua consciência da existência e seu descontrole espiritual.
 Como bem disse o Salomão: “tudo debaixo do sol é vaidade”. Vivemos sempre em função de nossos caprichos e vaidades. Ora de forma mais leve, ora tão intensa que a vida se torna danosa a si e a humanidade ou até mesmo ao planeta. Não há como escapar da vaidade. Se você for o mais humilde ou o mais nobre, não importa, sempre haverá a vaidade de ser em você. Outro lado, oposto, são as pessoas depressivas, ou com outras doenças mentais parecidas, pois normalmente elas têm perdido essa capacidade de envaidecer-se. Há alguma ação errada em ser vaidoso? De forma alguma, desde que haja controle, não prejudicando a si e ao outro [entenda-se o outro, como tudo que está ao seu redor ou tudo que existe].
O nosso ego luta para dominar o nosso ser, porém devemos dar importância a suas carências sem deixar-se dominar por ele e suas loucuras demasiadas. Faz parte da existência, querer ser elogiado. Tudo o que fazemos para o bem ou para o mal [do ponto de vista de si ou do outro. Por vezes aquilo que julgo certo o outro julga diferente.] tem esse objetivo de alcançar aplausos. Todos queremos que as pessoas se encantem e se admirem com aquilo que fazemos. Talvez você queira pensar diferente quando lembra de pessoas como Hitler, Bin Laden entre outras pessoas do mal. Mas está enganado, pois até mesmo aquele ladrãozinho de galinhas de seu quintal quer obter poder e respeito, quer que as pessoas o percebam e o admirem, pelo que faz ou conquista. O que diferencia as pessoas é o espaço e a dominação do ego.
Sabe, até mesmo o divino ser, conceito de Deus, deseja ser aplaudido. Vemos isso em todas as religiões tradicionais em que Deus criou o homem para ter quem possa adorá-lo, venerá-lo. Enfim, de Deus ao diabo, todos desejamos ser apreciados, observados e aplaudidos. Por isso a necessidade tão importante de elogiar as pessoas. É a consciência de si ou mesmo cósmica que sente essa necessidade de ser importante. Daí você vê toda sorte de gente querendo aparecer, desde aquelas pessoas que fazem coisas ridículas nas redes sociais, passando por aquelas que vendem seu corpo e até mesmo aquele cristãozinho simples de uma igrejinha de dez membros num bairro distante, sim, todos com a necessidade de mostrar seu heroísmo e suas capacidades de ser diferente.
A mensagem mais forte da humanidade é a mensagem cristã e do próprio Cristo em que desvaloriza os poderosos e valoriza os pequenos [a maioria]. Não sei se intencional, mas foi a tática certa para a permanência e ampliação do cristianismo. Dizer para as pessoas, desrespeitadas pelos demais, que elas são importante e que Deus, o todo poderoso, o maior de todos, está observando a vida delas e as escolhendo para uma missão importante foi um ato fantástico. Isso foi incrível para a mente deles! “Eu sou um privilegiado!”, pensaram. Na mitologia, só as grandes almas da humanidade eram consideradas como semideus, ou seja, filho de Deus, em que normalmente um Deus/deusa se relacionava com um humano e daí resultava esse ser importante. Com a mensagem cristã, essa característica foi oportunizada a todos que seguissem a Cristo. Ou seja, aqueles que aceitassem a Cristo passariam ao status de filho de Deus. Olha que chique. Ontem você era um Zé ninguém. Hoje é o filho de Deus. Isso para a alma humana é esplendoroso.
 Na verdade, há poderes divinos em nossa alma, tão semelhantes a Deus. Nós somos um retrato de Deus. Então temos que desenvolvermos as nossas habilidades e nossos dons através da fé e determinação nas práticas diárias, fazendo sempre o melhor para sermos melhores do que éramos antes e, assim seremos capazes de sermos melhores que outros. Mas isso não significa que somos filhos de Deus ou grandes homens da humanidade. Sim, significa, mas apenas dentro dessa mensagem cristã. Mas num contexto histórico-cultural da humanidade, seremos grandes se formos escolhidos por Deus para isso e se desenvolvermos essa vocação divina. Não adianta Deus escolher você se você o rejeita. Certo é que essa força predestinativa fará o possível para que seus propósitos sejam cumpridos, porém, como a mente humana é racional e possui a capacidade de escolhas, então há, de certa forma, uma interferência nessa missão, dependendo da grandeza da alma. Assim também pessoas que não possuem tal chamada, pela determinação poderão ser muito maiores do que deveriam ser, ultrapassando os limites de sua missão na vida.
 Isso tudo gira em torno da vaidade humana. A alma é inquieta e, nessa inquietude, ela é capaz de tudo. Em busca de reconhecimento e aplausos ou mesmo uma simples atenção, as pessoas buscam desenfreadamente bens materiais, cargos e ações que despertem o olhar do outro para si. As pessoas lutam para mostrar quão capazes e privilegiadas são. Obter um cargo social ou mesmo conquistar uma pessoa com status ou poder financeiro, sensualizar ou se intelectualizar, fazer o bem ou o mal, sempre em busca de aplausos.
 A sociedade ainda é imatura para administrar seus desequilíbrios espirituais ou mentais. Ela não sabe lidar com isso e, na maioria dos casos nem mesmo reconhece isso como problema. Que de fato não é, mas passa a ser quando destrutivo ou autodestrutivo. Daí você pode pegar como exemplo os crimes cometidos de toda sorte, desde o político canalha até o ladrão ali da esquina. Todos buscam algum tipo de poder, consequentemente aplausos ou reconhecimento social. Todos querem ser heróis. Isso está na alma humana. Mas é preciso administrar isso. Não usar a vaidade ou usá-la demasiadamente é doença e muito prejudicial a si e ao outro também.
 Siga, por exemplo, Cristo, Dalai Lama, Gandhi, Buda, entre outros que tinham sua vaidade inflamada, mas sempre voltada para o bem de si e da humanidade. Não há felicidade completa se tua vaidade te conduz para caminhos escuros. Então, seja sensual, conquistadora, inteligente, espiritual, seja o que for, líder de igreja ou de empresa, presidente de grupos sociais ou políticos, faça a coisa acontecer, mostre seus valores, suas capacidades, seus poderes, mas com honestidade, autoconhecimento e autodomínio, sem causar danos maiores a si e ao outro, que é uma extensão de você mesma.

 MAGNO HOLANDA




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