Olá pessoal!
Bem, observe a
natureza, vaidosa, esplendorosa, egoísta! Sim, não é apenas o ser humano que é
vaidoso. Tudo na existência é pura vaidade. Porém, aquilo que difere no ser
humano é a sua consciência da existência e seu descontrole espiritual.
Como bem disse o Salomão: “tudo debaixo do sol
é vaidade”. Vivemos sempre em função de nossos caprichos e vaidades. Ora de
forma mais leve, ora tão intensa que a vida se torna danosa a si e a humanidade
ou até mesmo ao planeta. Não há como escapar da vaidade. Se você for o mais
humilde ou o mais nobre, não importa, sempre haverá a vaidade de ser em você. Outro
lado, oposto, são as pessoas depressivas, ou com outras doenças mentais
parecidas, pois normalmente elas têm perdido essa capacidade de envaidecer-se.
Há alguma ação errada em ser vaidoso? De forma alguma, desde que haja controle,
não prejudicando a si e ao outro [entenda-se o outro, como tudo que está ao seu
redor ou tudo que existe].
O nosso ego luta para
dominar o nosso ser, porém devemos dar importância a suas carências sem
deixar-se dominar por ele e suas loucuras demasiadas. Faz parte da existência,
querer ser elogiado. Tudo o que fazemos para o bem ou para o mal [do ponto de
vista de si ou do outro. Por vezes aquilo que julgo certo o outro julga
diferente.] tem esse objetivo de alcançar aplausos. Todos queremos que as
pessoas se encantem e se admirem com aquilo que fazemos. Talvez você queira
pensar diferente quando lembra de pessoas como Hitler, Bin Laden entre outras pessoas
do mal. Mas está enganado, pois até mesmo aquele ladrãozinho de galinhas de seu
quintal quer obter poder e respeito, quer que as pessoas o percebam e o
admirem, pelo que faz ou conquista. O que diferencia as pessoas é o espaço e a
dominação do ego.
Sabe, até mesmo o
divino ser, conceito de Deus, deseja ser aplaudido. Vemos isso em todas as
religiões tradicionais em que Deus criou o homem para ter quem possa adorá-lo,
venerá-lo. Enfim, de Deus ao diabo, todos desejamos ser apreciados, observados
e aplaudidos. Por isso a necessidade tão importante de elogiar as pessoas. É a
consciência de si ou mesmo cósmica que sente essa necessidade de ser
importante. Daí você vê toda sorte de gente querendo aparecer, desde aquelas
pessoas que fazem coisas ridículas nas redes sociais, passando por aquelas que
vendem seu corpo e até mesmo aquele cristãozinho simples de uma igrejinha de
dez membros num bairro distante, sim, todos com a necessidade de mostrar seu
heroísmo e suas capacidades de ser diferente.
A mensagem mais forte
da humanidade é a mensagem cristã e do próprio Cristo em que desvaloriza os poderosos
e valoriza os pequenos [a maioria]. Não sei se intencional, mas foi a tática
certa para a permanência e ampliação do cristianismo. Dizer para as pessoas, desrespeitadas
pelos demais, que elas são importante e que Deus, o todo poderoso, o maior de
todos, está observando a vida delas e as escolhendo para uma missão importante
foi um ato fantástico. Isso foi incrível para a mente deles! “Eu sou um privilegiado!”,
pensaram. Na mitologia, só as grandes almas da humanidade eram consideradas
como semideus, ou seja, filho de Deus, em que normalmente um Deus/deusa se
relacionava com um humano e daí resultava esse ser importante. Com a mensagem
cristã, essa característica foi oportunizada a todos que seguissem a Cristo. Ou
seja, aqueles que aceitassem a Cristo passariam ao status de filho de Deus.
Olha que chique. Ontem você era um Zé ninguém. Hoje é o filho de Deus. Isso
para a alma humana é esplendoroso.
Na verdade, há poderes divinos em nossa alma,
tão semelhantes a Deus. Nós somos um retrato de Deus. Então temos que
desenvolvermos as nossas habilidades e nossos dons através da fé e determinação
nas práticas diárias, fazendo sempre o melhor para sermos melhores do que éramos
antes e, assim seremos capazes de sermos melhores que outros. Mas isso não
significa que somos filhos de Deus ou grandes homens da humanidade. Sim,
significa, mas apenas dentro dessa mensagem cristã. Mas num contexto histórico-cultural
da humanidade, seremos grandes se formos escolhidos por Deus para isso e se
desenvolvermos essa vocação divina. Não adianta Deus escolher você se você o
rejeita. Certo é que essa força predestinativa fará o possível para que seus propósitos
sejam cumpridos, porém, como a mente humana é racional e possui a capacidade de
escolhas, então há, de certa forma, uma interferência nessa missão, dependendo
da grandeza da alma. Assim também pessoas que não possuem tal chamada, pela
determinação poderão ser muito maiores do que deveriam ser, ultrapassando os
limites de sua missão na vida.
Isso tudo gira em torno da vaidade humana. A
alma é inquieta e, nessa inquietude, ela é capaz de tudo. Em busca de
reconhecimento e aplausos ou mesmo uma simples atenção, as pessoas buscam
desenfreadamente bens materiais, cargos e ações que despertem o olhar do outro
para si. As pessoas lutam para mostrar quão capazes e privilegiadas são. Obter um
cargo social ou mesmo conquistar uma pessoa com status ou poder financeiro,
sensualizar ou se intelectualizar, fazer o bem ou o mal, sempre em busca de aplausos.
A sociedade ainda é imatura para administrar
seus desequilíbrios espirituais ou mentais. Ela não sabe lidar com isso e, na
maioria dos casos nem mesmo reconhece isso como problema. Que de fato não é,
mas passa a ser quando destrutivo ou autodestrutivo. Daí você pode pegar como
exemplo os crimes cometidos de toda sorte, desde o político canalha até o
ladrão ali da esquina. Todos buscam algum tipo de poder, consequentemente aplausos
ou reconhecimento social. Todos querem ser heróis. Isso está na alma humana. Mas
é preciso administrar isso. Não usar a vaidade ou usá-la demasiadamente é
doença e muito prejudicial a si e ao outro também.
Siga, por exemplo, Cristo, Dalai Lama, Gandhi,
Buda, entre outros que tinham sua vaidade inflamada, mas sempre voltada para o
bem de si e da humanidade. Não há felicidade completa se tua vaidade te conduz
para caminhos escuros. Então, seja sensual, conquistadora, inteligente, espiritual,
seja o que for, líder de igreja ou de empresa, presidente de grupos sociais ou políticos,
faça a coisa acontecer, mostre seus valores, suas capacidades, seus poderes,
mas com honestidade, autoconhecimento e autodomínio, sem causar danos maiores a
si e ao outro, que é uma extensão de você mesma.
MAGNO HOLANDA
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