Páginas

sexta-feira, 8 de janeiro de 2016

POR QUE DUVIDAR...?





Vivemos em meio a uma sociedade das razões e das verdades absolutas, em que o bêbado ali da esquina, o padre, o pastor e o cientista pregam que suas verdades são absolutas. Eles pregam uma fé utópica. Em todas as partes você se esbarra com pessoas que brigam e matam, se necessário, por uma pseudoverdade, pois não admitem, em hipótese alguma, que estejam errados. Talvez não estejam mesmo, mas a forma como encaram e transmitem suas verdades é que está errada e nada bacana. Conheci um rapaz, católico de uma cidade aqui perto que era altamente dogmático e, quase, diabólico na exposição e suas convicções. Deu-me nojo. Já o padre Fábio de Melo é um elegantíssimo pensador.
Tenho que duvidar sempre, pois a dúvida é a  continuidade da vida. Essa é minha experiência de vida. Duvidar até de mim mesmo. Não sou de discutir com as pessoas, mas gosto de perguntá-las e também quando as pessoas pensam livremente os meus ditos. Eu penso que quando já tenho todas as respostas, então se acabaram os meus dias, já não há o que buscar, pois estou totalmente perdido. Nesse universo tão misterioso e irrespondível, não dá para ser senhor da verdade. Mal sabemos a nosso respeito e queremos definir as demais coisas e a própria vida.
A dúvida é a melhor definição para o sentido da existência, porque enquanto tenho dúvida, tenho por que viver. Preciso viver dentro da religião buscando o conhecimento de Deus. Ninguém o sabe completamente. Só os fanáticos e doentes espirituais entendem que Deus cabe dentro de suas ideias e ponto. A cada dia que se passa preciso entender meu parceiro, minha parceira, meus filhos, meus amigos, a vida e a mim mesmo, tendo ciência de que quando descubro alguém, talvez aquela pessoa já seja diferente e já siga outros rumos da vida. Mesmo que eu encontre muitas respostas, ainda assim preciso entender que cada resposta deve gerar em mim outras mil perguntas que me motivem a continuar desejando a vida. Tenho que olhar pra cada lado, acontecimento [externo ou interno], coisa, experiência e pessoa e me encher de perguntas a respeito de tudo. Falando a respeito, por exemplo, de Deus, chegamos a uma simples [ainda questionável] definição: Deus não é uma questão apenas. Ele é também a resposta, mas não a resposta final, É a resposta geradora de outras tantas questões. Ninguém que diz conhecer Deus é salvo, pois para conhecê-lo é preciso desconhecê-lo. Sabendo que Deus é o mistério infinito, então quem se encontra perdido, está salvo e quem se acha, está perdido. Deus é harmonia e clareza, mas também é confusão, escuridão e mistério. O conceito que criamos de Deus é mero reflexo do divino ser.   Não é Deus. É apenas uma possível imagem dele.
Então preciso seguir adiante com a união da fé e da razão, de meus pensamentos, sempre com o coração aberto às possíveis verdades que Deus me revela através ora da religião, ora de uma situação, ora da ciência, ora de um pensador simples da sociedade. Pense sempre!

Abraço e que Deus nos abençoe sempre!




Nenhum comentário:

Postar um comentário