Vivemos em meio a uma sociedade das
razões e das verdades absolutas, em que o bêbado ali da esquina, o padre, o
pastor e o cientista pregam que suas verdades são absolutas. Eles pregam uma fé
utópica. Em todas as partes você se esbarra com pessoas que brigam e matam, se
necessário, por uma pseudoverdade, pois não admitem, em hipótese alguma, que
estejam errados. Talvez não estejam mesmo, mas a forma como encaram e
transmitem suas verdades é que está errada e nada bacana. Conheci um rapaz,
católico de uma cidade aqui perto que era altamente dogmático e, quase,
diabólico na exposição e suas convicções. Deu-me nojo. Já o padre Fábio de Melo
é um elegantíssimo pensador.
Tenho que duvidar sempre, pois a dúvida
é a continuidade da vida. Essa é minha
experiência de vida. Duvidar até de mim mesmo. Não sou de discutir com as
pessoas, mas gosto de perguntá-las e também quando as pessoas pensam livremente
os meus ditos. Eu penso que quando já tenho todas as respostas, então se
acabaram os meus dias, já não há o que buscar, pois estou totalmente perdido. Nesse
universo tão misterioso e irrespondível, não dá para ser senhor da verdade. Mal
sabemos a nosso respeito e queremos definir as demais coisas e a própria vida.
A dúvida é a melhor definição para o sentido
da existência, porque enquanto tenho dúvida, tenho por que viver. Preciso viver
dentro da religião buscando o conhecimento de Deus. Ninguém o sabe
completamente. Só os fanáticos e doentes espirituais entendem que Deus cabe
dentro de suas ideias e ponto. A cada dia que se passa preciso entender meu
parceiro, minha parceira, meus filhos, meus amigos, a vida e a mim mesmo, tendo
ciência de que quando descubro alguém, talvez aquela pessoa já seja diferente e
já siga outros rumos da vida. Mesmo que eu encontre muitas respostas, ainda
assim preciso entender que cada resposta deve gerar em mim outras mil perguntas
que me motivem a continuar desejando a vida. Tenho que olhar pra cada lado,
acontecimento [externo ou interno], coisa, experiência e pessoa e me encher de
perguntas a respeito de tudo. Falando a respeito, por exemplo, de Deus,
chegamos a uma simples [ainda questionável] definição: Deus não é uma questão
apenas. Ele é também a resposta, mas não a resposta final, É a resposta
geradora de outras tantas questões. Ninguém que diz conhecer Deus é salvo, pois
para conhecê-lo é preciso desconhecê-lo. Sabendo que Deus é o mistério
infinito, então quem se encontra perdido, está salvo e quem se acha, está
perdido. Deus é harmonia e clareza, mas também é confusão, escuridão e mistério.
O conceito que criamos de Deus é mero reflexo do divino ser. Não é
Deus. É apenas uma possível imagem dele.
Então preciso seguir adiante com a união
da fé e da razão, de meus pensamentos, sempre com o coração aberto às possíveis
verdades que Deus me revela através ora da religião, ora de uma situação, ora
da ciência, ora de um pensador simples da sociedade. Pense sempre!
Abraço e que Deus nos abençoe sempre!
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